"Encerrar-se todas as noites num lugar público imundo,
para bater com pedaços de osso de carneiro, marcados com
pintas pretas, em cima de mesas de mármore, parecia-lhe um
acto precioso da sua liberdade, que lhe elevava o conceito que
tinha de si mesmo. Era uma espécie de iniciação no mundo, o
acesso aos prazeres proibidos, e, ao entrar, punha a mão na
maçaneta da porta com um gozo quase sensual: Então, muita
coisa nele reprimida se expandiu, aprendeu de cor versos que
cantavam as boas-vindas, entusiasmou-se por Béranger, aprendeu
a fazer ponche e conheceu, enfim, o amor Graças a este género
de preparação[..]" Madame Bovary.
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